segunda-feira, 29 de junho de 2009

Amores Risíveis.

Amores Risíveis ("O Amante" de Harold Pinter com inserções do conto "O jogo da carona" de Milan Kundera)
07 e 08 de julho, 20h

Direção: Natássia Vello
Orientação de Direção: Mário Piragibe
Assistente de Direção: Isadora Malta
Elenco: Adassa Martins, Clara Anastácia, Diogo Liberano, Ítalo Vilani, Leonardo Bastos, Natália Araujo, Thaís Inácio.
Cenografia: Clarice Bueno e Darília Oliveira.
Orientação de Cenografia: Natália Lana
Assistente de Cenografia: Michelle Bapiste de Figueredo
Figurino: Carolina Morgado
Orientação de Figurino: Maria Cristina Volpi Nacis
Assistentes de Figurino: Lu Moura e Daiane Oliveira
Produção Musical: Greg Abreu
Programação Visual: Escavação Arte Gráfica

Classificação etária: 14 anos

Um casal mantém uma cordialidade que esconde um histórico amargo de desejos reprimidos e incapacidade de se relacionarem abertamente. A trama revela um jogo de mentiras, representações e contradições dramáticas entre amor e relacionamento. São inseridas histórias como a de dois jovens amantes que simulam serem desconhecidos em uma situação de carona. Esta instância de comentário realça a dificuldade de comunicação e apresenta a relação amorosa como um jogo essencialmente risível.

Agradecimentos
Heloisa Vello, Gustavo Rocha, Mariana Mordente, Vera Lúcia Araujo, Dennis Brain, Delphina Silveira, Maria Nazaré Marinho, Luiza Drable, Vera Inácio, Élvio Rezende, Christiana Cavalcanti, Victor Labouret

sexta-feira, 12 de junho de 2009

De: conto de fadas; Para: vida.

Se você fosse minha amada;
Uma bela namorada só pra ver o sol se pôr...

Ele viu uma mulher do outro lado da rua
parada em frente a uma janela com a cabeça pousada em
uma das mãos. Um sorriso parado como se o tempo tivesse congelado
em um momento de plena felicidade.
- olhos de mar. Disse o menino sentado na cama olhando para moça, em um
momento inesperado a menina abre a boca e começa a cantar:
"Se não um amor assim tão raro
Pra tantos é tão caro
Pouca gente pode ter
Tão desejado
Meu amor, meu amor, meu amor"
- Bela música! gritou o menino na esperança da moça escutar, mas a janela
fechou rapidamente. No dia seguinte ele foi até a janela para ver se a moça
estava na janela e viu seu corpo dançando, como uma bailarina de caixinha
de música.
Depois de meses observando a tal moça um dia a viu na calçada, sentada com
a cabeça apoiada em uma das mãos. Não pensou duas vezes e foi até a moça.
- Olá.
- oi.
- Você canta muito bem.
- como?
- Você canta muito bem!
- obrigada.
- tem namorado?
- também.
Também? as respostas não pareciam encaixar nas perguntas, foi quando olhou dentro
dos olhos da moça e num desespero percebeu que seu brilho era tanto que chegava ao
irreal, sim irreal, observou sua pela branca, lisa, dura, observou sua voz oca,
afinada, e seu sorriso frio e doce.
Vem um velho descendo as escadas e pergunta.
- Gostou?
- De quem?
- Da minha filha.
- Ela parece triste.
- Ela perece fria, né? procurei dar o máximo de realidade em seu olhar
mas seu corpo e movimentos ainda são bem artificiais.
- Uma boneca?
- Sim.
O menino sentiu vontade de chorar, encantado por uma boneca.
Quando chegou em casa, chorou friamente e depois voltou a janela para escutar
a moça cantar mais uma vez, e nas noites seguintes, e nos meses seguintes, e nos
anos seguintes...
Era mas facíl apaixonar-se pela utopia.

[clara anastacia]