quarta-feira, 18 de julho de 2012

Infância

Hoje eu voltei na minha infância
infância que tinha mãe, pai, cadela e rã.
Meus olhos passeavam pelos cantos
e eu vi uma menina negra de cabelos enrolados
correndo, com um monte de maria-sem-vergonha na cabeça.

-Mamãe eu vi uma rã!
Por um instante me senti viva, me senti cheia de marias na cabeça.
Então ela saiu da casa dançou um pouco comigo
me fez sentir o cheiro da minha infância
eu precisava disso, precisava agradecer por tudo não tive tempo.

A menina pegou todas as flores da cabeça
e colocou no meu estomago!
respirei fundo, e fui até o rio e sentei no pier
e me peguei pedindo para sereias parecerem!
- vamos lá, eu sei que vocês estão ai!
Tinham por obrigação aparecer!
Ali era minha terra do nunca, era infinita...
agora está menor, meus sonhos eram grandes
hoje se couberem nas contas de fim de mês é sinal que estão realizados.

Segui o barulho da água
estavam todos...
a menina, o pai a mãe as sereias
e as águas correndo, correndo...
Tudo estava ali... tudo menos as águas!
Eram novas, novinhas de passeio
mal sabiam toda festa que era minha terra.
As antigas estavam saindo de mim, lavando toda lembrança.


Valle

Entre muitos parabéns no facebook daqueles que são próximos e daqueles que são distantes
estava ali, na caixa de mensagem ela aquele que sempre me presentei com palavras harmonizadas
doces como mel e verdadeiras como o sangue das veias. Minha amiga Ingrid, nunca me faltou com amor
nem com carinho, talvez a unica que me entenda e me aceita como foi, quebrada em milhões de pedaços
a unica que me coloca pra dançar e pra chorar com o mesmo animo! Gratidão e volte logo das terras hermanas porque a saudade salta e a lagrima escorre toda vez que lembro de nós.

poesia dela pra mim, porque mim recebe poema!

O teatro está escuro,silencioso e gelado;
Não há ninguém no palco.
Os artistas desistiram dos meus aplausos.
Mas eles têm razão,mãos geladas e úmidas não produzem um bom som.
Há de se procurar um palco e melhores platéias.

Continuo no meu teatro vazio,com cortinas baixas...
Aliás,já não há mais cortinas.
Elas também foram levadas embora.
Afinal,para que cortinas se não existem artistas?

Vou ao palco.Analisar como eu era vista.
De repente sinto um toque no ombro;
Uma voz grave,porém suave e rouca me diz:
- Volte pra platéia,você não está sozinha.

Voltei ao meu posto de espectadora...Sem olhar pra trás;
Sem se quer ver o rosto da dona da voz.

Da poltrona do teatro,ela era apenas um vulto.
Mas era um vulto gentil e de olhos negros brilhantes.
Uma figura que dançava de forma acolhedora e singela;
Uma dança que parecia dizer:
- Você não está sozinha,você tem a minha dança.

Doce menina... Não sabe o quanto me fez bem;
Naquele dia que eu não tinha ninguém,você se tornou a minha única dança;
Daquelas que você sabe que existe,que você gosta,mas não havia notado a beleza;

Hoje sou uma plebéia feliz;
Posso aplaudir a dança da minha glória;
E assumir que nela há beleza;
E lhe oferecer uma fita... Rosa;
Enquanto ela,toda prosa;
Mostra sua meninice nos ritmos de Noel.