quarta-feira, 20 de maio de 2009

Nem sempre lírico.

Nós corremos pelo quintal molhado -estava chovendo-, cheio de folhas
molhadas pelo chão e quando nos aproximava-mos ficava vermelha sem
saber o que falar e para o momento não parecer mais bobo eu corria
e me escondia em um canto diferente!
- Espera! ele gritou.
- Seja lá o que você quer, terá que me alcançar.
- E se eu não quiser?
- Não vai fazer o que quer.
Ele não correu e eu com raiva corri com mais força
só para sair mais parido dali. olhava para trás e não vi caetano
em canto nenhum. Sumiu!
- Agora, agora eu posso fazer o que eu quero?
Ele tinha dado a volta, parou na minha frente, meu corpo d 15 anos sabia
o que queria, mas minha boca tinha vergonha de pedir.
- O que você quer?
Caetano tinha 19, já era um homem, já devia ter beijado mais de 80 meninas
e eu, burra, estúpida, ingênua e sem ter tido nenhuma experiência com meninos
me entreguei ao meu desespero enquanto ele tentava me convencer de algo que eu
estava mais que convencida!
- Me falaram que você nunca teve um namora.
- Me falaram que você nunca teve um amor.
- E você sabe o que é amor?
- Sei!
- Há, sabe?
- Sim, já li em todas as revistas.
- E um beijo?
- O que?
- Você sabe o que é um beijo?
- Não, as revistas não ensinam.
- Quer aprender?
Meu silencio respondeu.
Foi como uma criança que pede a mãe colo e quando a mãe
resolve dá, o colo está frio, não, foi pior, foi como
se minha alma tive-se ficado suja de lama vermelha, depois de
alguém me colocar a culpa de algo que eu realmente tive-se feito.
- como se sente?
- vazia.

Queria que meu silencio tivesse respondido dessa vez.

[clara Anastácia]

terça-feira, 19 de maio de 2009

Valle doce!

Não me pergunte como eu me apaixonei.
foi em um só golpe, uma palavra, uma gargalhada
é olha que para a mulher, e ver que ela é digna de todo
o amor e amizade que você pode dar.
Quando nos conhecemos estavamos no 6° mês de cursinho juntas, sentadas praticamente na mesma direção e foi na praça de alimentação do Nort Shopping, falando sobre o show
do Chico Buarque, que eu e ingrid nos conhecemos, nos apaixonamos!
Duas semanas depois ela falou que minha saia rosa tinha cara de centro espirita e que eu me vestia feito uma socialista suja! Fiquei chocada, ninguém tinha falado isso
sempre achei minhas saias um máximo!
Um dia um homem a parou em Madureira e disse: parabéns, sua Iansã é muito forte!
o coitado mal sabia que a jovem era ateu -ateu, graças a Deu, mas, se diz ateu.
Ela me perguntou quem era Iansã e eu respondi, e completei: é, você é bem Iansã. Ela fez meia dúzia de perguntas e depois desligou o telefone.
Fico realmente intrigada ao ver uma ateu querendo saber de seu santo, lendo seu horóscopo, falando "meu deus...", o pior é ver o seu lado espiritual que é lindo a Sr. Ateu é dona de uma sensibilidade invejável, sem vergonha que só ela para se enganar...
O fato é que precisamos de um dia para nos apaixonarmos, amizade.
Defino a amizade como: uma paixão tão forte que independe de tempo, pessoas, roupas, religião...
[clara anastacia para ingrid do valle]

sábado, 16 de maio de 2009

Hanna Arendt

"Até nos tempos mais sombrios temos o direito de esperar ver alguma luz. É bem possível que essa luz não venha tanto das teorias e dos conceitos como da chama incerta, vacilante, e muitas vezes ténue, que alguns homens e mulheres conseguem alimentar."



http://almanaque.folha.uol.com.br/filosofiaarendt.htm
http://pt.shvoong.com/humanities/theory-criticism/1895444-crise-da-cultura-parte/

"A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos"

Se for para ir, que fique!

Não é por que foi o primeiro, tive tantos primeiros: primeiro beijo,
primeiro passeio, primeiro sim, primeiro não, primeiro "não é como você pensa."
na verdade nem ligo para a colocação.
Não, é por que antes de ser eu já sabia e não é coisa de uma ou duas semanas é coisa
se meses, coisas de anos, coisa de sentir que era para estar lá, naquele lugar.
Não choro o fim, nem comemoro o inicio, eu quero é curti -sabe lá se vou viver isso novamente, não fico por ai buscando isso.
Mas de tudo o que posso dizer é que estou bem, se estiver bem, a sorte que desejo
para mim desejo para você para tantos outros que gosto.
O fato real é que só ele faz eu não conseguir falar, me transforma em onomatopéias,
tira a sincronia do meu corpo, se mostra inteligente e eu nem acredito que seja tanto
quanto me faz acreditar, mas mesmo assim, sorrir na hora certa.


Ele ficou em mim:
ficou como mancha de mostarda em blusa branca;
ficou como machucado de aventura;
ficou como uma musica de Gonzaguinha ou Chico Buarque;
ficou como a frase do meu professor de história "comunismo, a foice e o martelo!";
ficou como um sexo bem feito entre dois estranhos depois de um drinque;
ficou, fica, sei lá, começou a tempos e ele nem sabe.

[clara anastacia]

segunda-feira, 4 de maio de 2009

e-d-u-c-a-ç-ã-o

Essa semana visitei algumas escolas do município do Rio de Janeiro
e me deparei com uma serie de problemas que professores, alunos, diretores e funcionários são obrigados a lidar todos os dias.
Quando entrei na primeira escola me senti entrando em uma prisão -mesmo nunca tendo entrado em uma- tudo trancado com cadeados, grades, objetos de plástico... Seria realmente interessante se estivessem preocupados com a segurança dos alunos, porém tudo aquilo era para segurança contra os alunos "tem filho de bandido aqui" disse a diretora, "eles peitam a gente, xingam, brigam, destratam".
Eu acredito na evolução com a educação -para mim é a base de tudo- e quando vejo uma situação dessas fico me perguntando, de quem é a culpa? O aluno fala que é da professora, a professora fala que é que da familia do aluno que não educa e a deixa desmotivada para dar aula isso somado com o governo que não paga seu salário, a diretoria fala que a culpa é do governo que não ajudo com dinheiro... Mas, é preciso só dinheiro para educar? E a familia dessas crianças e adolescentes que estudam nessas escolas, não percebem como o filho é?
Escuto muitas discussões sobre esses assuntos, e a minha opinião é muito clichê admito, acredito que o meio influencia muito para essas crianças agirem sem limites, acredito que uma familia que se preocupa com a educação ,falo da educação do individuo enquanto cidadão, dos princípios que recebemos para o nosso crescimento pessoal. Por que eu não posso esperar que o vizinho de uma boa educação ao seu filho? afinal ele vai conviver com o meu filho. E o professor? A sua postura está certa até que ponto? Cruzar os braços e não dar a matéria é a melhor maneira de se livrar da situação? Culpar o governo adianta? quem está com as crianças todos os dias? o dinheiro da merenda é algo importante, afinal alguns passam o dia com a refeição que é dada na escola, mas isto é motivo para não aplicar a matéria e exigir disciplina?
A relação professor-aluno nesses casos não passa de uma pessoa que cospe giz e da outra pessoa que ignora o giz que é mal e porca-mente cuspido.
Não dou as soluções para todos os problemas o caso é que um problema desencadeia o outro, é a mãe que está preocupada com a comida e o pai que está fora, ou a criança é criada por terceiros e não recebe instruções, é o professor que recebe essa criança somada com a falta de salário e não se dedica a arte de ensinar, é o diretor que culpa o governo por não dá uma base financeira e acaba deixando a escola de lado e é o governo que tem seus deputados e vereadores que não tem a mínima noção de educação e acaba pensando em si e deixando a situação se complicar mais.
Não existe um culpado, a culpa é geral. A educação é algo que por direito deveríamos receber e saber utiliza-la de forma correta nas mais diversas situações, porém sem ela não vamos saber nos virar.


p.s.: desculpe se me exaltei, se o texto foi corrido, mas é que o tempo é pouco e as palavras são muitas!

[clara anastacia]