segunda-feira, 16 de maio de 2011

Útero podre.

Então eu mergulho dentro de mim, descubro algumas coisas novas me sinto, me sinto, me sinto eu me sinto e sinto muito por não ser o que esperavas. Eu tenho um buraco enorme, em mim rola um chuva constante e eu não tenho guarda-chuva, não tenho capa e a minha cara é cara de quem tem um sol por dentro!
Então eu chovo junto com meu corpo, se assusta? Me assusto.
Meu coração bate fora de mim, não ouso me ouvir e eu estou gritando faz tempo
Me escute clara! Me escute!
Então eu corro, me apaixono, faço teatro, faço ciências sociais, faço dança, faço sexo, faço mentira, faço verdade, faço dor, me disfarço e não me reparo. Me escondo de mim, me escondo de mim, me escondo de mim. Ahhh eu queria morrer, sim porque não? Já cometi tantos pecados, tantos, me matar seria mais um...
Mas antes disso eu preciso me ouvir, e como queria calar o mundo com todos seus concelhos, amigos, abraços, sorriso, tiros, ruas, festas. Eu choro lágrimas que não são minhas, o que me fere não vem de mim, vem do externo. Não consigo se quer me ferir, eu não me escuto, eu não me toco e não sou oca, eu sou cheia, muito cheia preciso me limpar, preciso esvaziar.

Nenhum comentário: