sábado, 27 de novembro de 2010

Complexo.

Queria muito escrever algo sobre o que está acontecendo no complexo do alemão.
Queria ter essa capacidade de fazer como a midia e classificar o bem e o mal, o herói e o vilão.
Mas me falta muito...
Acho que me falta crer que essa "guerra" é causa da boa ação da policia nos morros onde as UPPs estão instaladas, me falta estômago para ver o sérgio cabral (e sim escrevo com letras minúsculas) sendo eleito mais uma vez e posar de bom deputado.
Eu fico olhando e tento realmente entender como criam uma "guerra" dentro de uma comunidade, onde o numero de famílias é maior, bem maior, que o números de homens, homens sim. Por que antes de "bandidos, criminosos, a margem da lei", e qualquer outro nome que queiram dar a esses homens não se pode esquecer que eles, todos eles, estão dentro desse sistema, como eu e você querido blogueiro.
Hoje armados e escondidos prestes a serem presos, são apontados como indivíduos que já nasceram criminosos. mas a verdade é que nasceram como todos nós. Porem bem provavelmente suas vidas não tiveram a mesma "sorte" ou oportunidade que a eu ou você. Fico me perguntando qual a diferença entre eu e esses homens? Tal vez seja a educação que eu tive, a saúde, os livros, as musicas.
Podem matar todos esse homens sempre rejeitados. Mas não podem me falar que essa é a melhor ação para acabar com o trafico na cidade do Rio de Janeiro. Atire sr. sergio cabral, atire a solução é sempre atirar? Não.
Não precisamos apenas de soluções imediatas, também precisamos de solução a longo prazo.
Enquanto houver essa falta de liberdade e essa grande desigualdade esses meninos, homens continuaram tornando -se indivíduos a margem da lei. termino colocando um trecho da musica do Cazuza com o Gil.

"Estranho o teu Cristo, Rio

Que olha tão longe, além

Com os braços sempre abertos

Mas sem proteger ninguém

Eu vou forrar as paredes

Do meu quarto de miséria

Com manchetes de jornal

Pra ver que não é nada sério

Eu vou dar o meu desprezo

Pra você que me ensinou

Que a tristeza é uma maneira

Da gente se salvar depois"


[texto: clara anastácia
musica: um trem para as estrelas]

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